por Pedro Erthal
Bom Jardim, 27 de fevereiro de 2011.
Exmo Sr. Prefeito Paulo Barros,
Moro em Bom Jardim a 2 anos. Passados 45 dias da tragédia, sem o conhecer pessoalmente e nada tendo contra sua pessoa, vejo que sua administração desta crise é lamentável.
O problema que ocorreu na ponte de Banquete na quinta passada (24 de fevereiro) apenas agravou uma situação que já era difícil. O absurdo aumento no fluxo de veículos por dentro da cidade faz com que uma simples ida ao centro de Bom Jardim seja inviável. Veja que esta é uma situação bem séria e não se trata apenas de conforto; empregados levam horas para se movimentar para o trabalho, empresas tem grande dificuldade em receber matéria prima ou escoar a sua produção, sem falar que o movimento de clientes diminui pois estes não conseguem chegar às lojas! Eu, p.ex., que moro no Bem-te-vi, prefiro ir gastar em Friburgo em vez de levar 1 hora e meia para chegar ao centro. É preciso proteger nossa economia antes que o desemprego e as falências ocorram!
Sr. Prefeito, é difícil aceitar que continuem nos cobrando o pedágio sem termos ponte, com a estrada em estado precário e ainda por cima assistir a prefeitura investir esforços e dinheiro para manter aberto o tráfego que passava pela RJ 116, sem dúvida importante, mas que é responsabilidade da Rota 116. E com o agravante de tornar a nossa vida insuportável e inviabilizar negócios de nossa cidade! Vendo assim, não é difícil entender porque a (péssima) concessionária não inicia a construção da ponte – continua recebendo o pedágio e tem a prefeitura de Bom Jardim trabalhando para ela! Proteja o nosso povo e não a Rota 116! A manutenção do trânsito da RJ116 não é nossa responsabilidade e o ônus não pode recair sobre nossa população.
Pelo que ouvimos a prefeitura contratou a pouco tempo uma empresa para gerenciar o trânsito, o que está fazendo muito mal – bastaria INVERTER A MÃO DO TRÂNSITO fazendo com que o fluxo que vem para o centro suba em direção ao cemitério em vez de descer; desta forma quem apenas passa pela cidade pode sair logo, aliviando o volume de veículos dentro da cidade. Para quem vai para o São Miguel o fluxo passaria pela antiga fábrica de calçados.
Outra providência urgente é privilegiar os empresários, comerciantes e industriais da cidade cadastrando seus caminhões e carretas para que apenas estes veículos pesados além dos ônibus urbanos e os intermunicipais que partem ou chegam a Bom Jardim passem pela ponte metálica. Carretas de cimento, Sr. Prefeito, não trazem ou levam riqueza ao nosso município. Ônibus intermunicipais devem fazer baldeação por uma passarela, como foi feito em Campos quando a ponte da BR101 caiu. PROÍBA A ENTRADA destas carretas, ônibus e caminhões mas faça isto da forma correta e enquanto é possível, ou seja, ANTES QUE ENTREM NA CIDADE pois uma vez dentro não há outra solução senão liberar a passagem pela ponte..
Repito, Sr. Prefeito, que empresários locais estão com dificuldade para manter os seus negócios e é RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA zelar pelos interesses dos seus munícipes e não prestar apoio à Rota116.
Outro fato, que é até pitoresco, ilustra bem a falta de ação da prefeitura. Passados 45 dias a população continua tendo apenas uma única "pinguela" (convenhamos que não dá pra chamar de passarela...) para a passagem de pedestres sobre o Rio Grande. Veja que não é uma crítica em relação à pinguela que foi uma excelente iniciativa de um cidadão (e não da prefeitura); é sim uma crítica à falta de atitude, à falta de sensibilidade e falta de respeito da prefeitura para com os cidadãos. Em 45 dias a prefeitura já deveria não apenas ter substituído a pinguela mas principalmente construído novas passarelas para substituir as que caíram como a do Campo Belo, a da Varginha e uma nova ao lado da antiga ponte. Esta passarela de pedestes na RJ 116 não apenas facilitaria a vida dos moradores como possibilitará que empresas de ônibus façam a baldeação de passageiros em vez de passar com os ônibus interurbanos dentro da cidade.
Por fim, Sr. Prefeito, quando eu estava preso no trânsito ontem (por volta de 01 hora da tarde) eu e outros carros buzinamos à vontade contra a situação – qual não foi minha surpresa quando um militar e um funcionário da tal empresa anotaram a minha placa. Legalmente imagino qual a acusação pois minha buzina não produz decibéis suficientes para uma multa e era de dia...
Posso pagar a multa mas não deixarei de criticá-lo.
O sentimento que se vê na cidade é de revolta e indignação. Pessoalmente sinto-me impotente e espero que vocês tenham noção do quão fundo estão se enterrando politicamente. Por favor, faça algo prático a favor da população e seja rápido, pois apenas falar que se interessa pelo povo não resolve nossos problemas.
Pedro Paulo Erthal Rodrigues.
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