Veículo da prefeitura percorre as propriedades rurais recolhendo os produtos, sempre às segundas-feiras. Foto: Paulo Filgueiras. |
Além de tomate e inhame, Jorge também vende abóbora madura para a merenda. Foto: Paulo Filgueiras. |
Estimulados pelo Rio Rural, agricultores nas microbacias hidrográficas comercializam produtos através do PNAE.
Agricultores familiares de Bom Jardim, na Região Serrana, estão comemorando os bons resultados obtidos com a venda de alimentos para a merenda da rede municipal de ensino. Isso vem sendo possível graças ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), executado em parceria com as prefeituras e as secretarias estaduais de Educação e de Agricultura. A venda institucional de alimentos é uma alternativa que o Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura divulga e estimula entre os produtores nas microbacias hidrográficas, pois garante a comercialização a um valor prefixado, diminuindo os riscos de mudança de preços do mercado convencional.
Uma lei federal publicada em 2009 prevê a utilização na alimentação escolar de, no mínimo, 30% dos recursos financeiros repassados para estados e municípios pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), priorizando a compra da produção familiar. O limite de venda ao PNAE, que era de R$ 9 mil anuais por agricultor até o mês passado, subiu para R$ 20 mil.
De acordo com o extensionista rural da Emater-Rio e técnico executor do Rio Rural na microbacia Santo Antônio, Maurício Latini, o primeiro passo para estabelecer as transações de compra e venda junto ao PNAE é um mapeamento das culturas disponíveis. “Em Bom Jardim, esse levantamento foi feito em conjunto pela Emater-Rio e prefeitura. A adesão ao programa é feita através de chamada pública, onde é divulgada a lista dos alimentos e a quantidade que será adquirida”, disse.
O responsável pelo programa junto à secretaria de Educação de Bom Jardim, Ramires Knust, explica que os cardápios da merenda são elaborados por uma nutricionista, levando em consideração a necessidade de cada escola. Segundo ele, atualmente são beneficiados no município três mil alunos de 17 escolas e duas creches. Neste ano, são seis produtores participando do PNAE, responsáveis pela produção de 12 diferentes produtos, inclusive ovos e temperos. “Apenas no segundo semestre de 2011, foram mais 20 toneladas de alimentos adquiridos para a merenda”, contabiliza.
O olericultor Jorge de Castro, que vive com a família há 50 anos na localidade Boa Vista, na microbacia Santo Antônio, conheceu o PNAE através da Emater-Rio. Atualmente, fornece 38 caixas de tomate por mês (cerca de 750 kg) e 13 de inhame (aproximadamente 250 kg) para a merenda de Bom Jardim, recolhidos sempre às segundas-feiras. Ele está satisfeito com o programa e pretende aumentar sua participação. “É mais um estímulo para o agricultor permanecer no campo. Temos a certeza da venda e a chance de um ganho maior”, explicou. Com a ajuda da esposa, do filho e da nora, Jorge também comercializa outras mil caixas anuais de tomate, inhame, banana, berinjela e jiló para os municípios de Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana.
Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária – SEAPEC
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