Projeto da unidade Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e parceiros pode contribuir para reduzir os deslizamentos de terra por erosão do solo. A prática é historicamente conhecida por produtores. Consiste na agricultura caracterizada por períodos de descanso da terra antes de voltar a produzir, aliada à rotação de culturas.
Pesquisadores da Embrapa Solos monitoram, há mais de dez anos, propriedades rurais no município de Bom Jardim, na Região Serrana do Rio de Janeiro, que utilizam a técnica agrícola. Lá são produzidos alternadamente inhame, feijão, mandioca, batata, batata-doce, maracujá e diversas outras culturas.
Os resultados demonstram que o processo erosivo, comum na região, pode ser reduzido em até 80%. O uso conjunto dessas práticas reduz o risco de deslizamentos de terra. As técnicas diminuem o transporte de sedimentos aos leitos dos rios, bem como os riscos de inundações após chuvas fortes, a exemplo das que ocorreram no início de janeiro na região. “As informações que temos da região onde executamos o projeto em Bom Jardim, após as recentes chuvas, são de que as terras praticamente não sofreram danos”, destaca o pesquisador da Embrapa Solos, Heitor Coutinho.
Técnica
A rotação de culturas, que faz parte do processo, consiste em alternar espécies vegetais numa mesma área agrícola. As variedades escolhidas normalmente têm viabilidade comercial e de manutenção ou recuperação do meio ambiente. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva do solo, o planejamento de rotação considera aquelas destinadas à cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, fonte de nutrientes. “A rotação permite o fortalecimento do solo com o plantio alternado de diversas culturas, diversificando os tipos e tamanhos de raízes que dão estabilidade à terra”, destaca o pesquisador da Embrapa.
Outro problema comum em propriedades da região é a baixa fertilidade do solo, que deixa a terra fraca e vulnerável. As plantas consideradas invasoras, daninhas, acabam melhorando a fertilidade quando essas terras descansam por um período mínimo de cinco anos. Pesquisas comprovam que a técnica é uma das melhores alternativas para manter a produtividade do solo,com menor dependência de insumos externos.
“O sistema de agricultura com períodos de descanso da terra antes de voltar a produzir, que estamos monitorando na região de Bom Jardim, tem funcionado muito bem no controle da perda de solos por erosão e redução do assoreamento (obstrução) dos rios”, explica Heitor Coutinho, da Embrapa. A técnica fortalece o solo, já que a terra tem um tempo para poder se recuperar antes de voltar a ser utilizada.
Fonte:Ministério da Agricultura
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