Estado conseguiu com o Bird recursos não-reembolsáveis para o desenvolvimento das áreas atingidas. O valor será anunciado no próximo dia 15.
Por Marcelle Colbert
O Governo do Estado do Rio de Janeiro ganhou mais um reforço no trabalho de recuperação da agricultura nos municípios da Região Serrana atingidos pelos temporais do mês passado. O Banco Mundial (Bird) garantiu recursos não-reembolsáveis para o desenvolvimento de ações voltadas para produtores rurais de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (9/2), pelo secretário de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, depois de apresentar ao gerente do Bird, Álvaro Soler, propostas de parcerias para ajudar na reconstrução da região.
- O banco recebe o diagnóstico da secretaria sobre a Região Serrana desde o primeiro momento. Depois de conhecer os locais afetados, os especialistas do Bird vão estipular o valor dos recursos que serão investidos na recomposição das mais de mil moradias rurais atingidas e das condições de produções. No próximo dia 15, quando entregaremos 70 veículos a municípios do interior, vamos informar quanto será o crédito concedido pelo Banco Mundial. Queremos ampliar o limite de crédito que possuímos junto ao Bird e repor os recursos que já nos disponibilizaram e utilizamos - anunciou Christino Áureo.
A comitiva do Bird visitará, durante três dias, as microbacias de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, acompanhada pela equipe do Programa Rio Rural. Os técnicos do programa da Secretaria de Agricultura e Pecuária apresentarão ao gerente do Banco Mundial e aos especialistas em desenvolvimento rural, meio ambiente, produção agropecuária e estradas os pontos críticos da Região Serrana. A missão ficará no Rio de Janeiro até a próxima semana e anunciará um plano conjunto emergencial e de médio a longo prazo para ajudar a minimizar os estragos causados pelos temporais.
- A parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro acontece há alguns anos e, desde os primeiros dias da tragédia, estivemos em contato para saber sobre as ações que aconteceram e serão realizadas nos locais atingidos. Vamos a campo analisar as cidades e chegar a um projeto em comum. O banco já flexibilizou a realocação dos recursos de um empréstimo solicitado à área rural. Iremos definir quais as atividades imediatas que podem auxiliar no recomeço da máquina produtiva e na reconstrução das condições de habitações. A longo prazo, vamos trabalhar para evitar esse tipo de catástrofe, o que pode gerar recursos adicionais - afirmou Álvaro Soler.
Mais de três mil agricultores beneficiados
Para que os 3,2 mil mini agricultores que perderam suas propriedades em decorrência das chuvas possam retomar a produção e a comercialização de seus produtos, a Secretaria de Agricultura propõe a captação de mais créditos rurais. A reestruturação econômica das pequenas propriedades inclui ainda a reconstrução de estradas vicinais, a construção de imóveis e obras de melhoria no saneamento básico. Desde o início do trabalho de recuperação da região, o governo estadual disponibiliza maquinários fundamentais para o escoamento da produção rural, além de ferramentas de trabalho para o produtor.
- Apresentei o Plano Emergencial de Reconstrução da Região Serrana ao governador Sérgio Cabral, que apoiou a visão que tivemos em relação à captação de parcerias nos setores do governo e em instituições como o Banco Mundial. Cem mil pessoas e 5.500 km² da região foram prejudicados na zona rural. Os prejuízos somaram R$ 269 milhões. Segundo a nossa análise, serão necessários recursos para recuperar e reconstruir estradas, pontes, moradias, maquinários, áreas de agricultura e pecuária e instalações. São ações importantes, já que a Região Serrana tem a maior participação do PIB agropecuário, com 28,41%, somando R$ 1 bilhão por ano - destacou o secretário.
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